terça-feira, 30 de abril de 2013

Empresária de Angicos faz sucesso com sorvete de fruto da palma



Destaque do Portal no AR - Vista por muitos como a única alternativa para alimentar o gado nesses momentos de estiagem no interior do RN, a palma é também uma importante fonte de materia-prima para a indústria do sorvete. 

Quem não acredita nisso é porque não conhece a empresária Kaline Cristine de Castro Felipe, de Angicos (distante 169 quilômetros de Natal), no Sertão Potiguar. Ela desenvolveu um sorvete, conhecido como Sertão Gelado, da fruta nativa da caatinga comumente encontrada em toda a região do semiárido.


A fábrica, segundo o Sebrae/RN, é uma das novas incubadas pela Incubadora Tecnológica e Multissetorial do Sertão do Cabugi, na Universidade Federal Rural do Semiárido (Ufersa) – Campus de Angicos, que faz parte do programa de Incubadoras do Sebrae no Rio Grande do Norte. “Temos como diferencial a inovação de sabores aproveitando as frutas da região”, justifica a proprietária da sorveteria. Além das frutas mais típicas da região, como manga, caju, umbú e abacaxi, a novidade é o sorvete da fruta do pêlo. “Iniciarmos por sugestão de um vizinho, aceitei o desafio e quem degustou aprovou a novidade”. A sorveteria também já testou outros sabores regionais com sucesso, como milho, tapioca e rapadura. Atualmente, a empresa tem uma produção mensal de 750 litros de sorvetes e 6.500 picolés de diversos sabores.


A utilização do pêlo remete a uma tradição antiga dos moradores da cidade que tinham o hábito de consumir a fruta in natura com açúcar. “Quem é de Angicos conhece o pêlo e as muitas histórias envolvendo a fruta. Para reconhecer um angicano, basta olhar embaixo da língua para vê se tem pêlo, se tiver, não resta dúvida, é de Angicos”, brinca a empresária.

De sabor azedo, a fruta possui uma polpa carnuda que também pode ser utilizada na produção de geleias, mouses e recheios em caldas. O quilo chega a custar R$ 10,00. O preço alto é devido à dificuldade no beneficiamento. O fruto deve ser manipulado com cuidado uma vez que a sua casca possui muitos pontinhos cheios de minúsculos espinhos, os pêlos, que penetram na pele. Para retirá-los se faz necessário o uso de uma pinça. Em toda a região Nordeste, a planta – palmatória ou palma forrageira – é utilizada como alimentação para os animais no período de seca. Em alguns estados, essa fruta é conhecida como figo da índia.

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